sábado, 28 de agosto de 2010

gravação no Colégio Estadual Leôncio Correia

Hoje fizemos as gravações com os alunos do Colégio Estadual Leôncio Correia, em Curitiba.

Muito obrigado a todos ótimos os amigos – Andressa, Greizziane, Gustavo, Icaro, Monique, Natana, Patricia e Paula – que participaram com a gente nessa empreitada!

E também ao Colégio, em nome do diretor Vanderlei, que nos deu todo suporte e estrutura necessários.

Alexandre Rafael Garcia.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Gravação no banheiro

Conseguimos passar pela parte mais delicada de Amador. A reencenação ocorreu como o planejado. Abaixo, algumas imagens da equipe e atores.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Som

Temos pensado um bocado nas várias possibilidades de gravação de áudio no trecho de Amador em que os jovens conversam sobre sexo. A idéia inicial era de que o microfonista ficasse o mais longe possível dos adolescentes, para que a presença do “cara do som” não fosse um fator de constrangimento para os garotos. Isso foi logo descartado. É que três segundos depois, percebemos que era uma idéia tola. Afinal, não há, por várias questões, como ficar longe o suficiente. E, usar apenas uma fonte de captação, como um gravador portátil, não é uma opção. Como sempre deixou claro o Nikola, que vai fazer o som direto do curta (“preciso de redundância”, disse ele umas doze vezes, com razão). Ou seja, mesmo usando o gravador portátil, precisaríamos de uma fonte de captação extra, como um shotgun, por exemplo. 

Uma vez que ainda não conhecíamos direito o gravador, fomos eu, Christopher e Evandro aos arredores do museu Oscar Niemeyer, observar o Nikola testá-lo. Encontramos um grupo de pessoas (por coicidência, jovens coloridos que falavam de... sexo!) sentados na grama, que nos deram permissão para gravarmos suas conversas. Colocamos o aparelho no meio círculo e o milagre se fez. Mentira, não houve milagre algum, apenas uma ótima captação (fiquei feliz com a qualidade e, também, com a desenvoltura dos voluntários em articular assuntos picantes).

Em breve testaremos a combinação shotgun/gravador portátil. 

A Julia De Simone, da Matizar, responsável por ajudar no desenvolvimento dos curtas que estarão na série Por que a gente é assim? sugeriu um outra forma de captação de som que eu gostei bastante. A testaremos também e, em breve, conto sobre o resultado.

Eis o nosso gravador portátil.

O grupo de voluntários, prestes a ter suas conversas picantes gravadas pelo nosso "cara do som".
Nikola nos explica o funcionamento do gravador. Juro que desviei a atenção por apenas dois segundos!

Wellington Sari

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Novidades

Atualizamos as informações sobre o projeto. Para ler, basta clicar na aba acima, ao lado de "Diário de produção".

Só isso, por enquanto.

Wellington Sari

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pausa para o banheiro

Agora que já temos a dupla de atores que participará da reconstituição do “vídeo real”, faltava-nos escolher o cenário. Não mais. Hoje, como diz o título do post, demos uma pequena pausa na outras questões de produção para ir ao banheiro. Fizemos algumas fotos, alguns vídeos – já com o aparelho de celular em que iremos gravar a cena – e oficializamos o empréstimo da locação - que fica na Casa do Estudante do Paraná - com o responsável.

Já havíamos feito uma visita ao lugar. No entanto, não tínhamos visto os banheiros da ala antiga, que está em reforma. Dessa vez o fizemos. Gostamos. Mas não muito. Faltam espelhos. E o que são banheiros sem espelhos? Para falar a verdade, sabemos que existem banheiros sem espelhos, mas a questão é que este objeto é um item importante da encenação. Importante não, imprescindível. 

O outro toalete, o que visitamos há alguns dias tem, por outro lado, aparência de novo.  O que não é um acaso já que, de fato, foi construído recentemente. 

Tanto o novo quanto o que está em reforma não são exatamente parecidos com o cenário do “vídeo real”. E isso não importa, para nós. Tanto por um motivo ontológico – uma reconstituição, por mais fiel que procure ser ao fato reconstituído nunca deixará de ser apenas um reflexo em um espelho; não há porque tentar mascarar esta proposição, em um documentário que trata, justamente, da imagem– quanto por um motivo de escolha de encenação – a câmera estará sempre perto dos atores, o que fará com que o entorno fique, literalmente, em segundo plano.

                                                                    Banheiro em reforma:


Banheiro novo:


Abaixo, os vídeos que fizemos como teste. O primeiro é com a luz apagada. O segundo, acesa.








Wellington Sari

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Instituição

Pode parecer uma provocação, mas, garanto, não é: os primeiros minutos de Clube dos Cinco, de John Hughes, conseguem materializar a idéia de escola como uma instituição - e que, portanto, em maior ou menor grau, é coersiva - de maneira muito mais eficiente do que os 75 minutos de High school, o célebre documentário de Frederick Wiseman. Não se trata nem de sugerir a vitória da ficção sobre o cinema documental, uma vez que o início do filme de Hughes é, a princípio, não-ficcional (ao menos no que diz respeito às imagens, já que no áudio a dramaturgia se apresentar por meio da narração de um dos personagens), e sim, de que a precisão pode ser muito mais pungente do que a imersão. Ou seja, nem sempre o fato de o diretor se infiltrar em um mundo e deixá-lo que este se revele por si mesmo – a estratégia maior dos entusiastas do cinema direto – é garantia de que... o mundo, de fato, se revele!  

A precisão a que me refiro é a de que o autor de Curtindo a vida adoidado filma, com grande economia (em uma série de planos fixos e curtos) aquilo que é preciso para que, em poucos segundos, possamos apreender o que o cineasta está tentando comunicar (que passa longe, neste caso, do sintetismo vulgar encontrado na publicidade, é bom deixar claro).

O que isso tem a ver com Amador? Se realmente os alunos que estarão no nosso documentário demonstrarem a preocupação com a imagem da Escola, como relatei no post anterior, a resposta é: tudo. Afinal, desta maneira o assunto passaria a ser não apenas o comportamento sexual dos jovens, de alguns jovens, melhor dizendo, mas também, as conseqüências que isso têm para a o Colégio, para a instituição e o conjunto de pessoas que a formam – professores, zeladores, inspetores, alunos etc. Sendo assim, é preciso materializar a Escola, em Amador. Como se faz isso? Simples: a filmamos.

E o ponto é: Hughes me parece ensinar melhor a fazer isso do que Wiseman. 




Wellington Sari

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em conversas com pessoas que estiveram ligadas, de alguma forma, ao "incidente", ouvi um tipo de comentário que me surpreendeu : "Queima a cara do colégio, né?" É claro que esta preocupação com a instituição é ligada diretamente a um temor pessoal, afinal, se o colégio fica "queimado" e eu uso o uniforme do colégio, logo...

Mesmo assim, não esperava que a questão fosse respondida dessa forma. Estou muito curioso para saber se os jovens que participarão do documentário tocarão nesse ponto. Se sim, uma pequenina mudança na parte final de Amador se fará necessária...

Wellington Sari

Sobre reconstituição

Amador iniciará com a reencenação, sem nudez, do "vídeo real", feito pelos estudantes em 2009. Em seguida, um dos alunos da escola em que realizaremos o documentário levará o vídeo reconstituido para os colegas assistirem. Observaremos a discussão que daí surgir.  

Não é difícil perceber que a reconstituição do "fato verdadeiro" é um ponto importante em Amador.  Justamente por isso, a tarefa que tem nos ocupado no momento é compreender ao máximo a natureza da imagem apreendida pelos estudantes. O vídeo "real", que não posto aqui por questões éticas, tem um caráter de registro (claramente os jovens gravaram a situação como forma de provar, ou, documentar, a presença deles naquele momento - como o turista que pede para que lhe tirem uma foto, com a Torre Eifel ao fundo, como forma de provar aos amigos de que esteve mesmo na França). No entanto, dada a maneira "amadora"* com que a situação é captada, o registro quase se perde (o resultado final é o equivalente a um documento escrito com tinta borrada, em que mal é possível discernir as palavras) e o que fica é próximo a um problema depalmiano ("cinema é a mentira a vinte e quatro quadros por segundo" repetiu muitas vezes Brian De Palma, subvertendo a célebre frase de Godard).

Ou seja, a imagem feita pelos adolescentes pouco revela, ainda que não deixe de ser chocante, pela baixa idade dos participantes e pelo fato de o vídeo ter sido disseminado por eles mesmos (e esse é outro ponto chave de Amador: já não basta mais fazer sexo, é preciso torná-lo uma imagem pública?).

Pois bem, o quero dizer é que precisamos compreender a natureza do "vídeo real" para que assim possamos ter mais claro de que maneira será feita a "reencenação". O aspecto de registro deve ser mantido, ao mesmo tempo em que devo procurar soluções na encenação (aqui, em um dos sentidos mais básicos: na apreensão do gesto do ator em um espaço) para que a imagem tenha um maior poder de revelação? Ou deve-se optar simplesmente pela fidelidade e mimetizar o amadorismo do "vídeo real"?

Wellington Sari

*apesar de eu ter usado essa expressão, o projeto não deve o nome apenas ao fato de os alunos demonstrarem pouco traquejo para a manipulação de um celular com câmera.